10 discos que você precisa ouvir dos lançamentos de 2024 até o momento

Por The Rock Life  | 1 ano atrás

roanirock

Seguindo a linha do Lucas, resolvi trazer alguns álbuns que tenho escutado que foram lançados este ano. Alguns no início do ano e outros recém lançados, o importante aqui é não deixar vocês defasados de indicações por nossa parte.

Black Pantera – PERPÉTUO

Para começar, trago o novo lançamento da banda mais bem quista no cenário do metal brasileiro na atualidade. O reconhecimento ao trampo destes mineiros vai além de seu papo retíssimo contra o racismo. Melodicamente, os caras crescem a cada novo disco e agora entraram no perigoso âmbito do som mais “radiofônico”, incluindo uma balada (!). Agora há elementos menos brutos ao som, tornando a mensagem das músicas mais absorvível sem perder a essência.

Me fez lembrar do álbum Jardineiros do Planet, em que colocaram tudo que os influencia musicalmente com a mensagem da legalização da maconha. Provavelmente o melhor disco da banda e promissor para atingir a marca de disco do ano. Destaque para as faixas: PERPÉTUO, a balada TRADUÇÃO, a dançante MAHORAGA (com o título inspirado no anime Jujutsu Kaisen) as porradas BOOM!, A HORDA e SEM ANISTIA.

Lenny Kravitz – Blue Electric Light

Diria ser mais um disco clichê de Kravitz, mas não tem como ouvir músicas como o funkão TK421, a dançante/positivista Human e a intancável Paralyze e achar que estamos ouvindo “mais do mesmo”. Lenny segue criativo, narcisista, “Princenático” e isso nos mantém conectados a sua obra. O disco é irregular, mas é por isso que é tão legal. Ele não precisa mais provar nada pra ninguém, só quer manter a engrenagem girando e comprovar que não é só nos treinos trajado de calça de couro para manter o abdomen trincado que ele arrasa.

Supersonido – In Tenebris Lux

Agressivo e direto ao ponto. A banda formada por Daniel Marques (voz), Alex Ketzer (guitarra), Daniel Gringo (guitarra), Rafael Baiano (baixo) e Gustavo JJ (bateria) mostram em seu novo trabalho mais criatividade e uma técnica apurada. Quem já foi nos shows da banda carioca sabe o quanto bruto pode ser não só as palavras cantadas por Daniel em “Mundo Hostil“, mas também o instrumental robusto que os demais membros proporcionam. Dentre tantas pedradas, Vacum Ponduns é diferenciada, uma linha de baixo marcante por parte de Baiano nos faz reviver a glória do som de Seattle. Muitos riffs potentes de guitarra como o de Trevas e o de Salve (o hit do álbum feito em parceria com Davi Sterminium) nos faz ir pra um lugar conhecido que gostamos de estar. Por sinal, essa música traz uma brasilidade que lembra a Nação Zumbi.

Slash – Orgy Of The Damned

“God damn” temos um álbum em homenagem ao blues feito pelo Slash nos moldes de seu primeiro trabalho solo repleto de convidados especiais, e que convidados! Billy F Gibbons do ZZ Top, Chris Stapleton, Dorothy, Chris Robinson do Black Crowes, Brian Johnson do AC/DC, Gary Clarck Jr., Iggy Pop, Paul Rodgers, Tash Neal, Beth Hart e por fim, a impressionante presença de Demi Lovato.

O resultado dessa brincadeira é um best of de clássicos do Blues com todos os interpretes muito a vontade e dando verdadeiramente a alma para as músicas. Os principais destaques ficam por parte das faixas The Pusher do Steppenwolf na voz extravagante do vocalista do Black Crowes, Oh Well do Fleetwood Mac tocada nota a nota de forma precisa pelo guitarrista hard rocker. Stormy Monday, uma faixa que foge das obviedades desse tipo de tributo ao blues, cantada por Beth Hart traz uma forma difícil de colocar em palavras sobre seu desempenho, a entrega dela é sobre-humana. Há também o espaço conseguido dignamente pelas gerações mais novas como o de Demi cantando Papa Was A Rolling Stone dos Temptations e Tash Neal interpretando Living For The City, música de outro membro da Motown, o inigualável Stevie Wonder.

Yellow Monkey – Sparkle X

Um álbum de rock clássico e direto. É o décimo da banda japonesa e celebra o 35° aniversário do conjunto. Kazuya Yoshii (vocal e guitarrista) esteve com uma doença e o tratamento difícil que deveria fazer ele desistir da carreira, após recuperado, passou a ser o combustível para criar novas músicas, trazendo a essência do Yellow Monkey e ao mesmo tempo uma nova forma de escrever as letras, coisas mais positivas e olhando pra frente, assim como o título do disco sugere:“Sparkle, a palavra-chave era “brilhar mais uma vez”, então escolhemos “Sparkle” e “X” essa letra não só significava o “10” representando o décimo álbum, mas também significava que estávamos caminhando em direção a algo desconhecido novamente.” Disse o band leader em evento promocional do lançamento do álbum.

Os destaques maiores estão em Trap, um verdadeiro pedaço do que de melhor produzem em termos de arranjo e dinâmica rock. Hotel Neutrino que  tem alguma coisa de Ska, Dried Frut que parece uma música dos britânicos do The Coral, e por fim Rhapsody cujo o teclado dá um tempero ao som bem aos padrões do JRock tradicional. Ressurection Day merece uma menção honrosa, trazendo os “oh ohs”. Ela é mais um rock gostoso de escutar.

The Hanging Stars – On A Golden Shore

Os caras do Hanging Star estão com o disco mais solar de sua carreira em livre audição para os apreciadores do folk rock setentista. Aqui eles não parecem mais querer soar como os Byrds, eles já possuem suas próprias marcas que ficam além dos vocais bem trabalhados e solos de slide.

Eu sinceramente tive dificuldade de escolher as preferidas, porque o capricho foi grande, mas a trinca Let Me Dream Of You (faixa que que abre o disco), a gostosa balada Sweet Light e a viajante Happines Is A Bird (que lembra a música Cigarras do Forfun), já tinham me conquistado quando as ouvi como single, mas no formato disco realmente funcionam vindo em sequência. Esse é um álbum para ouvir no repeat em uma manhã de sol, tomando seu café ou chá, pode colocar pra ouvir em uma viagem também, não tem erro.

Kula Shaker – Natural Magic

Estamos vivendo um momento muito agradável de retornos e um pouco comentado que merecia mais destaque é o do Kula Shaker com sua formação clássica fortalecida com a volda do tecladista Jay Darlington. ONatural Magic reflete o sentimento da banda no palco e a conexão deles com o público.

O novo álbum de Kula Shaker , Natural Magick, mostra a banda aproveitando o poder para lançar seu feitiço mais potente até agora, incorporando sermões psicodélicos ardentes, raga rave-ups, pérolas pop revestidas de poeira estelar e mantras que melhoram o humor. Isso é perceptível em Gaslighting, Waves, na faixa título, Indian Record Player… Deu pra entender, né ? Se eu continuar vou terminar listando todo o track-list do álbum. Haha

DIIV – Frog In Boiling Water

Frog in boiling water é o quarto disco da banda novaiorquina DIIV, formada hoje por Zachary Cole Smith (voz, guitarra), Andrew Bailey (guitarra), Colin Caulfield (baixo, teclados, guitarra) e Ben Newman (bateria). E está tão introspectivo quanto psicodélico. Meio disruptivo, mas no ponto ideal de mensagem e harmonia entrando em plenitude. Afinal eles são  os resquícios do shoegaze e fazem o estilo ganhar um ar mais moderno por ser feito relativamente por jovens de menos de 30 anos, o que pra o subgênero é muita coisa.

Há verdadeiros destaques aqui, Reflected, Fender On The Freeway, a faixa título, e o hit inquestionável Brown Paper Bag mostram a banda com uma cobertura  maior, uma carapaça que só consegue depois de passar por remodelagem, adaptação e rehab. Quatro discos em 13 anos de existência é muita estrada.

Wallows – Model

Os Wallows são a banda mais moderna e desconexa do resto dessa lista que você vai encontrar. Eles tem menos de 10 anos de estrada, mas já possuem experiência suficiente para produzir canções que, mesmo simples, tem suas complexidades. O uso de Symphs com guitarras de chorus pode soar meio The Killers e bandas da geração 2000, mas a forma como a bateria technopop de Cole Preston é o que dá um toque especial.

O power trio é criativo e as guitarras de Braeden Lemasters merece nossa atenção, já que é ele que nos leva a essa sensação de estar ouvindo a versão gringa dos Los Hermanos… ou seria um Strokes mais clean? O que tenho como certo é que a banda não deixa a desejar, e o álbum é bem montado. Calling After Me, Your Apartament, Canada e only Ecstasy são mágicas.

Paul Weller – 66

Por falar em experiência, o álbum 66 de Paul Weller que reflete em seu título a idade do icônico compositor e cantor inglês, é  a resignificação em música daquela frase “velho não , um clássico”.

Weller trouxe todas inspirações que tem em sua bagagem, pouca coisa que traga seu som visceral de guitarras ala mod, mas muitos instrumentos de cordas e baladas lindíssima. Como um bom vinho, esse álbum traz Paul ao melhor sabor musical que sua idade permite.


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