Fernanda Soldateliterça-feira, 11 de março de 2025
Portrait of an african young couple together listening music in cafe on one earphone
A música, além de ser uma forma de entretenimento, desempenha um papel crucial na nossa memória e na expressão da personalidade. Dois estudos recentes revelaram como as preferências musicais estão interligadas com traços de personalidade e como a música pode ser uma ferramenta poderosa para estimular a memória, especialmente em pacientes com Alzheimer e demência.
Principais Conclusões
A música pode melhorar a memória em pacientes com Alzheimer. Preferências musicais estão ligadas a traços de personalidade. A música serve como uma ponte para conexões sociais e compreensão mútua.A Música e a Memória
Estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Toronto mostraram que ouvir músicas que têm um significado pessoal pode ativar áreas do cérebro responsáveis pela memória e pela tomada de decisões. Isso é especialmente relevante para pacientes com Alzheimer, onde a música familiar pode ajudar a manter a função cognitiva.
Efeitos Observados: Melhora na adaptabilidade do cérebro em pacientes com comprometimento cognitivo. Aumento no desempenho da memória durante testes após ouvir músicas significativas.Os pesquisadores utilizaram ressonâncias magnéticas para observar as mudanças no cérebro dos participantes antes e depois de ouvir suas músicas favoritas. Os resultados indicaram que a música pessoal ativa uma rede neural mais ampla em comparação com músicas desconhecidas, que apenas estimulam áreas específicas do cérebro.
A Música e a Personalidade
Outro estudo, realizado pela Universidade de Cambridge, analisou a relação entre gosto musical e traços de personalidade em mais de 350 mil participantes de 53 países. Os resultados mostraram que as preferências musicais podem indicar características pessoais.
Categorias Musicais Identificadas: Suave: Soft rock, R&B, música contemporânea. Intenso: Rock clássico, punk, heavy metal. Contemporâneo: Música eletrônica, rap, latim. Sofisticado: Música clássica, ópera, jazz. Despretensioso: Música relaxante, country.Os pesquisadores descobriram que:
Extrovertidos tendem a preferir música contemporânea. Pessoas organizadas e amáveis preferem músicas despretensiosas. Indivíduos ansiosos e pessimistas mostram uma preferência por músicas intensas.David Greenberg, principal autor do estudo, destacou a universalidade das preferências musicais, sugerindo que a música pode ser uma poderosa ferramenta de conexão entre pessoas de diferentes culturas e origens.
Implicações Futuras
Esses estudos não apenas ampliam nossa compreensão sobre a relação entre música, memória e personalidade, mas também abrem portas para a aplicação de musicoterapia em contextos clínicos. A música pode ser utilizada como uma forma de terapia para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiências cognitivas e para promover conexões sociais entre indivíduos.
A pesquisa sugere que, independentemente de onde estamos no mundo, a música pode nos unir, ajudando a entender melhor a nós mesmos e aos outros. Portanto, ouvir suas músicas favoritas pode ser mais do que um simples prazer; pode ser um exercício valioso para a mente e a alma.