Representatividade feminina no Rock Japonês em 6 bandas

Por The Rock Life  | 1 ano atrás

roanirock

Em minha pesquisas baseadas em novas bandas provenientes da “Terra do Sol Nascente“, me deparei com a feliz coincidência de muitas bandas com 10 e 20 anos de existência terem uma representação feminina, principalmente nos vocais, ou simplesmente uma banda 100% feminina.

Tendo isso em conta, separei as que mais gostei dessa safra prolifica de bons sons. Elas não se diferenciam tanto de estilo, mas algumas características visuais chamam atenção e a história da formação artísticas e conceitos servem para deixar a todos admirados. Então sem mias delongas, vamos a essa celebre lista.

kaneyorimasaru

Essa é minha preferida por trazer um rock jovem e despretensioso. Trata-se de um power trio composto só por mulheres, Sana Morimoto (bateria) / Mina Chitose (Voz e guitarra) / Mei Ishihara (baixo).

Formado em março de 2014, as meninas vieram de Osaka. Em outubro de 2019 lançaram o EP Kakegaenaku Naritai que tem algumas de suas melhores músicas como No Name. Mas com o album cheio My Favorites com uma capa bem punk e emblemática delas no palco, conquistam fácil qualquer admirador do rock.

O som que fazem pode ser classificado com um pop punk. Em 2023 lançaram o álbum 波打つ心を持ちながら (algo como “Com Um Coração Ondulante” em português) que é mais pop que os outros trabalhos. As faixas Girl And, Kimi Ni Sayonara e Love Song ga Iranai Kimi E são os grandes eestaques.

Tommy Heavenly6

Tommy nada mais é do que o alter-ego de Tomoko Kawase. Uma compositora, produtora, atriz, modelo e vocalista da banda de j-pop THE BRILLIANT GREEN e que foi a voz responsável por trazer as faixas de aberturas e encerramentos de animes como Paradise Kiss, Mobile Suit Gundam 00, Soul Eater, Pokémon, Gintama e Bakuman. 

O seu diferencial está intrínseco a suas personalidades February6 e Heavenly6. Enquanto a primeira traz um lado mais pop, a segunda incorpora uma veia rocker e rebelde. Fazendo o ouvinte acreditar estar vendo a versão japonesa do personagem de Lindsay Lohan em “Sexta Feira Muito Louca” e sua banda na vida real. É bem divertido perceber as nuances da versão pop e versão rock dela. Sua forma de vestir bem peculiar, um tanto inspirada na cultura kei é um ponto a se destacar também, trazendo algo divertido e lúdico para o que se escuta e vê em shows.

Aimer

Essa é provavelmente “menos rock ‘and’ roll” da lista, mas suas aspirações e alguns dos seus hits podem comprovar o contrário. Aimer, nasceu em julho de 1990, e desde cedo se viu rodeada pela música, já que o seu pai era baixista de uma banda. Na primária, iniciou o seu estudo de piano, tendo como ídolos musicais nomes Ringo Sheena e Hikaru Utada. No ensino médio, foi a música de Avril Lavigne que a inspirou a pegar na guitarra e a começar a escrever letras em inglês. Aos 15 anos, Aimer perdeu a voz devido a uso excessivo da mesma, e foi submetida a terapia de silêncio.

Assim que recuperou seu principal instrumento, consolidou uma carreira sólida de 12 anos proporcionando ao seu público grandes canções super inspiradas. A principal ou mais badalada por conta do anime Demon Slayer, é Zankyou Sanka. Com esse hit enorme já vemos semelhanças com Makoto Kawamoto e com a Bonnie Pink, principalmente com essa segunda. As três cantoras trazem abordagens que surpreende pela inclusão de muitos instrumentos distintos e melodias que não são óbvias e certinhas, algo que me cativa profundamente. O álbum Open A Door é uma das coisas mias sinceras e profundas que já escutei.

SCANDAL

SCANDAL é uma das mais reconhecidas pioneiras do rock japonês exclusivamente feminino, e a formação da unidade em 2006 precede em muito o recente renascimento do empoderamento feminino no Jpop e Jrock; Elas são praticamente o motivo dessa matéria. “As colegiais” viraram estrelas do rock num estalar de dedos e apareceram até em matérias Bilboard americana, explodindo em cena no ano de 2008 com a estreia em uma grande gravadora, a DOLL, seguindo na ativa até hoje.

Formada por Haruna nos vocais e guitarra base, Mami na guitarra solo, Tomomi no baixo e Rina na bateria, a banda fundou seu próprio selo em 2018, o “Her”. Mas antes disso, foi votada por fãs de todo o mundo entre os dez primeiros na categoria “Artistas Mais Solicitados” do J-Melo Awards todos os anos desde 2010, ficando em primeiro lugar em 2014. A relevância dessa banda é considerável e acima dos padrões normais. Pra se ter noção, elas no ano de 2023 fizeram mais um marco histórico. Em 21 de agosto foram inclusas no Guinness World Records com o título de “Banda de rock mais antiga com os mesmos músicos (feminino)” . A data também comemorou os 17 anos da banda e os 32 anos da baterista Rina.

O som delas é bem prolífico e com o passar dos anos conseguiram com precisam flertar com as maiores tendências populares. Com bastante destaque nas guitarras, temos álbuns animais como o cartão de visitas Best Scandal (2009), o Temptation Box(2010) e o Queens are Trumps (2012). Esse último traz uma faixa de abertura do anime Bleach, a faixa Harukaze. O álbum Luminous, lançado em março deste ano, mostra as mina em excelente forma e ainda mais criativas, vale a pena a conferida.

BAND-MAID

É uma impensável banda de hard rock formada exclusivamente por mulheres que segue a cultura Kei ao usarem roupas de Maid Café, uma subcategoria dos cafés cosplay, que surgiu no Japão em 2001, quando estavam em alta os animes/mangás de famílias milionárias com vários empregados vestidos com roupas vitorianas. Formada em 2013 e integrada pela vocalista Saiki Atsumi, a guitarrista e cantora Miku Kobato, guitarrista Kanami Tōno, baixista Misa e baterista Akane Hirose, logo arranjaram um contrato em 2014 com a agência de talentos Gump Records e lançaram seu mini-álbum de estreia Maid in Japan em janeiro de 2014.

Certamente a parte visual contou muito aqui, a aparência de empregada “fofinha e submissa” da banda contrasta com seu estilo de rock agressivo. Elas também decidiram ter duas vocalistas com personalidades opostas para permitir uma variedade maior de músicas, usando dois tipos de voz diferentes; Algo parecido com a Runaways. Mas a Band-Maid faz uma coisa totalmente teatral, pra começar elas se referem aos fãs masculinos como “mestres” (goshujin-sama ご主人様), às fãs femininas como “princesas” (ojō-sama お嬢様) e aos shows como “serviços” (okyūji お給仕). Os “serviços” são geralmente interrompidos por uma pausa onde as integrantes apresentam alguma interação cômica com o público. Isso é chamado de Omajinai-Time e é executado principalmente por Kobato. Ela dá à sua voz um tom alto para parecer mais fofa (kawaii). Esta performance inclui chamadas e respostas de “moe moe kyun” que vem dos animes e maid cafés para demonstrar fofura

ganhou notoriedade internacional pela primeira vez em abril de 2015, quando a página do Facebook da rádio online Jrock Radio, em inglês, promoveu o videoclipe de “Thrill”, que conquistou mais de 1 milhão de visualizações até o ano seguinte. Elas seguem com a mesma formação desde 2013 e lançaram um total de 10 álbuns de estúdio. Os três álbuns Maid in Japan (2014), New Beginning (2015), Brand New Maid (2016) lançados em uma sequência de anos são absurdamente criativos e viscerais.

Oreskaband

Ore Ska Band (オレスカバンド Oresukabando) é mais uma banda completamente feminina só que com o diferencial das mina tocarem ska. Elas são provenientes de Sakai, Japão e é formada pela vocalista e guitarrista IKASU, a vocalista e baixista TOMI, a baterista TAE-SAN, a trompetista SAKI, a saxofonista  MORIKO, e a trombonista LEADER. Elas gravaram quatro álbuns completos, “Ore” em Julho de 2006, “WAO!!” em Maio de 2007 e “Color” em Novembro de 2010 e por último, a volta triunfal em 2022 com o bem experimental BOHEMIA, que traz até um pouco de Jazz. Elas são bem grandes mundialmente tendo feito tour nos Estados Unidos, e inclusive foram headlines no Fuji Rock Festival.

O nome da banda, “Ore ska band,” é literalmente traduzido como “Nós somos (uma) banda ska.” “Ore” é uma maneira extremamente masculina e casual de dizer “Eu” em japonês. A escolha de “ore” é também uma brincadeira de gênero, já que a banda aparece geralmente vestindo um uniforme escolar masculino em seus vídeos e shows.

Elas trazem todos os elementos tradicionais do SKA, mas com uma criatividade impressionante nas melodias. Tem guitarra, baixo, teclado, bateria e metais, todos os elementos tradicionais do gênero, tocados com maestria e vocais muito confortáveis. Uma de suas principais músicas estão nos animes Naruto pela faixa Pinochio, no Naruto Shippuen, a “Jitensha” popularmente conhecida no Brasil como “te dei um chá” e em Bleach pela música Tsumasaki. Em função dessa exposição em alguns dos mais populares animes da “Terra do Sol Nascente”, a Ore tocou no Anime Expo em Long Beach e Califórnia, em Julho de 2007 e na Vans Warped Tour em Marysville, Califórina, Portland, Oregon. A banda também participou da Vans Warped Tour de 2008. Elas foram escolhida pelo produtor executivo Barry Rosenbush para estrelar um filme chamado Lock and Roll Forever que estreou em 2008 no Japão e não pararam de fazer som. Fiquem com o álbum Bohemia, o mais legal de toda a discografia.


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