Review: Liam Gallagher & John Squire

Por The Rock Life  | 1 ano atrás

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Uniram o melhor de dois mundos, mas não foi tão surpreendente quanto achei que seria. É um disco celebrativo, mas não é um disco de festa. Ao vivo as músicas vão ser potencializadas pelas lendas Liam Gallagher e John Squire, isso é certo.

Roani Rock

Gravadora: Warner Music UKData de lançamento: 01/04/2024

Gênero: RockPaís: Inglaterra

Quando dois músicos que marcaram uma época se juntam, só é esperado um trabalho de qualidade. Por mais que não funcione, só de ter a união dos nomes, o sarrafo fica alto, o que pode atrapalhar ou facilitar a identificação do público e da crítica. Não é um recomeço, trata-se de uma parceria celebrativa.

Aconteceu isso com Page e Coverdale com um álbum elogiado, mas diferente de seus trabalhos em bandas, o que gerou críticas. Metallica e Lou Reed por sua vez criaram um monstro, um verdadeiro fiasco frente a uma união impensável que poderia dar certo. E. Contra partida, BB King e Eric Clapton fizeram um álbum brilhante, totalmente necessário em qualquer discografia dos artistas, uma parceria no melhor significado da palavra. Tendo isso em mente, faz sentido ter um dos melhores guitarristas da geração 80/90 de Manchester com um dos melhores frontmans da história que é seu conterrâneo.

Vamos voltar um pouco no tempo. John Squire estreiou com o Stone Roses no fim dos anos 80 com seu álbum alto intitulado. Inspirados pelo har rock dos 70 e pela música tocada em boates como a The Haçienda, o grupo de Manchester ficou grande rápido. O estilo de guitarra de Squire meio hendrixano fez o grupo se diferenciar de outras bandas do que ficou conhecido como Madchester, e muito do que fez em termos de melodia tornou os mancunisnos únicos, chamando a atenção de uma certa família que os usaram como inspiração para fundar o Oasis, banda de Liam Gallagher, que copiava o visual de Ian Brown, vocalista do Stone Roses.

Liam criou um estilo próprio para se portarar na frente do público, colocar o braços pra trás e esticar o pescoço de uma forma bem blasé pra cantar de forma forte e estridente, coloque isso junto a entrevistas arrogantes e cheias de ironia com o irmão Noel. Se você fosse um jovem inglês nos anos 90 e não se identificasse com isso estaria excluído dos grupos. Foi sendo assim que o vocalista conquistou multidões, colhendo os frutos até hoje.

Após essa breve apresentação, dá para partirmos para o que interessa. As duas lendas que produziram o que melhor existiu em manchester se uniram num disco nostálgico, cujo a capa passa o que são as músicas: um disco alternativo, altamente comercial, e bem gostoso de apreciar por conta disso.

Muitas referências sonoras, se o britpop já era decretado morto ou tendo seus últimos suspiros garantidos por aparelhos (leia-se os álbuns solo de Liam), após esse lançamento foi ressucitado com altas doses de adrenalina confecicionadas pelos arranjos e solos do guitarrista e cantadas pelo eterno frontman do Oasis. Mas não se engane, por ser despreocupado e ter letras bem bobas, ao estilo “rosas são vermelhas e violetas são azuis”, recebemos o primeiro single, Just Another Rainbow com certa “torção de nariz”. Apesar de trazer um instrumental precioso com belo solo, capta-se a dificuldade que é encontrada por Liam e Squire produzem sem os melhores letristas a seu favor.

O segundo single a ser lançado foi Mars To Liverpool, um rock classudo com uma letra melhor que a do single anterior por ser bem irônica. Quando chegamos no ponto do lançamento do disco, Raise Your Hand nos anima, sendo uma grande abertura. Faz qualquer um pensar que veriamos um trabalho explosivo, entretanto…Coisas pouco interessantes seguem por aqui.

Tirando o fato de podermos ouvir Liam cantando um blues em I’M Wheel, só há músicas de sonoridade igual, com poucas variações em meio a tanta alegria e drive de guitarra. O disco serve para os apreciadores da fritação de guitarra, não dá pra dizer que é comum para o vocalista, aja visto ter pontos altos como Love You Forever. Liam fica em segundo plano com muito efeito na voz.

É um álbum pra ouvir de manhã tomando um café pra começar o dia bem ou durante uma caminhada no parque. É divertido, tem rockão antigo como You’re Not The Only One e I’m So Bored (melhor do álbum) que nos remetem ao The Seahorses, a segunda banda que Squire fez parte, logo depois do primeiro fim dos Stone Roses.

Particularmente esperava músicas mais fortes e pegadas no britpop. Mas isso em nada tira o brilho da obra. Só realmente uma expectativa quebrada, que acredito que nas próximas escutadas serão devidamente sanadas. Mas, levando em conta que devem ter se divertido fazendo isso, por hora é um “passa de ano, mas raspando”.

Nota final: 7,5/10


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