Resenha por Paçoca Psicodélica e fotos por Mari HC
Quando a VELHO subiu no palco, quem chegou cedo teve o privilégio de curtir uma banda de black metal com um som cada vez mais brutal e uma “roda agressiva, porém com irmandade”, como destacou um fã da banda. Ponto alto para a música Coma Induzido, clássico do primeiro álbum, com participação de Valéria, ex-integrante da banda. Tiago Caronte, vocalista, homenageou a mãe Sandra – que estava na plateia e fez questão de fazer outros dois destaques: a origem da banda, Duque de Caxias (alô minha terra!) e agradecer ao DIABO, que afinal, é quem “dá o toque”.
Que a GANGRENA GASOSA é uma das maiores bandas do underground carioca e do Brasil, a gente já sabe. Mas quando A Calunga Tremeu, eu e todo mundo que tava ali, sendo macumbeiro ou não, sentiu a força do som dos caras e da mina: é porrada nazoreia, é performance, é bom humor, é político, é um verdadeiro espetáculo! A roda não parou nem por um minuto!
Gangrena Gasosa – Foto Mari HCSurf Iemanjá que foi “oferecida” pras mulheres; Eu Não Entendi Matrix cantada em coro por TODO o Circo; a clássica pipoca jogada na galera; alfinetadas nos políticos e evangélicos fascistas e nos headbangers conservadores em Fiscal de Cu; a convocação de Angelo (Zé Pilintra), pra galera organizar a roda em LADO A LADO B “Isso aqui é Brasil, é Rio de Janeiro, caralho!” e muitos outros momentos em que eu só conseguia ficar em êxtase, fizeram do show da Gangrena Gasosa o mais divertido da noite! Atotô!
RATOS DE PORÃO, isto é, João Gordo no palco, é aquilo: pocas ideia e pau na máquina. E assim foi o show com o maior número de stage-dive da noite! Longe de ser uma banda pró-feminismo, e talvez por isso, foi lindo ver as minas protagonizando, aloprando, na real, pulando até em dupla do palco pro meio do público!
“AIDS, Pop, Repressão. O que é que eu fiz pra merecer isso?” gritou o público à capela. Beber até morrer, essa é a solução?, Necropolítica e Corja Nacionalista, dentre tantas outras, fizeram o show ser daqueles que você não sabe se olha pra banda, pra galera, se sobe no palco ou se desvia de um chute na nuca! Muitas acrobacias e loucuras no meio do bolo e a velha-guarda (que já não tem lá muito joelho) mais de boas, cantando e registrando a noite, como o Adriano da banda mageense Tornokrê, que quando dei por mim, tava ao meu lado.
Ratos de Porão – Foto Mari HCPor volta de 1 hora da manhã, os bruxos zapatistas e estrelas da noite, entram em cena. Assistir a um show da BRUJERIA era o sonho de décadas para muitos cariocas presentes. Nítido nos olhares e sorrisos emocionados da arquibancada e em falas como de Janice Reallinas: “Lá pelos idos dos anos 90, eu já fazia uma certa leitura política da realidade latino-americana e começava a ouvir bandas mais obscuras, imagina como foi dentro daquele barulho todo ouvir o nome de Zapata, sobre guerrilhas e revolução?”.
Na pista, não era mais brutalidade ou alegria. Era transe, era o CAOS, era BRUJERIA! No palco, Cruza la Fronteira (La Migra), Brujerismo, Matando Gueros foram algumas das músicas que mais levantaram a galera junto às performances nostalgicamente políticas, sarcásticas e sacanas dos brujos: “Hay marijuana aqui? Puedes hablar, tu madre no lo sabrá!”. Para encerrar, a já esperada versão enfumaçada de Macarena com a participação em massa das minas subindo no palco, e claro, eu tava lá!
Brujeria – Foto Mari HCQue noite phoda! Casa cheia, velhos amigos de várias épocas e partes do Rio de Janeiro e depois aquela esticada boêmia pelos bares da Lapa até o dia seguinte. Bem-vindo KOOL METAL FEST ao Rio de Janeiro! Paçoca Psicodélica para o NADA POP, na área hoje e nas próximas edições.
Brujeria – Foto Mari HCPara mais fotos sobre essa noite brutal basta acessar o perfil do Nada Pop no Facebook. Link direto para o álbum CLICANDO AQUI.
